Educação financeira em tempos de pandemia
Publicado há 3 anos - Por CREDJUST
Promover o espírito coletivo, a empatia e a solidariedade é o caminho para encontrarmos juntos soluções que preservem vidas e defendam nossa saúde física e financeira
Estamos passando por um período bastante difícil e, em tempos de pandemia, temos que nos preocupar em preservar nossa saúde e, ao mesmo tempo, pensar em nosso bolso também, porque certamente uma situação como a que estamos vivendo trará impactos em nossa vida financeira.
A situação atual requer das pessoas atitudes conservadoras, a fim de não piorar seus efeitos. Devemos nos expor menos, deixar de frequentar ambientes com excesso de pessoas ou insalubres. É recomendável que saiamos menos de casa, evitemos aglomerações e nos livremos das demais situações de risco.
Em relação à nossa vida financeira, a recomendação é a mesma, sermos o mais conservadores possível para conseguirmos passar por este momento de forma menos danosa. Existem algumas medidas preventivas que devem ser tomadas antes do problema se instalar. Outras, são voltadas ao período de turbulência em que estamos passando.
As medidas preventivas devem ocorrem em diversas frentes. A primeira e mais importante diz respeito à geração de uma reserva de emergência. É possível que a pandemia que o mundo sofre irá ter graves consequências econômicas, com a redução da atividade produtiva. Isso poderá gerar desemprego e redução dos negócios para muitas empresas.
Para os trabalhadores, a reserva de emergência poderá ajudar muito caso eles passem pelo transtorno de ficar desempregados. Uma reserva de pelo menos seis meses do salário, pode ser decisiva para um período turbulento como esse. É preciso lembrar que apesar do salário deixar de cair todo mês nas mãos daqueles que perderam o emprego, as contas continuam firmes e fortes e sem uma reserva de emergência, o resultado é uma queda brutal no nível de vida das pessoas.
Para os empresários, principalmente os micro e pequenos, a reserva de emergência pode garantir a sobrevivência do negócio em períodos de crise e queda do movimento. Alguns setores serão muito atingidos na crise da saúde que estamos vivendo e outros negócios indiretamente ligados deverão sofrer também. Quando a atividade econômica cai, as pessoas cortam aqueles gastos considerados supérfluos, como comer fora, lazer, salão de beleza etc. Todas essas atividades são dominadas pelos pequenos e micro empreendedores.
Além da reserva de emergência, a prática de fazer seguro para assuntos essenciais das nossas vidas é muito importante. Existem seguros para empreendedores, visando compensar a queda dos negócios, seguro de vida, para garantir o futuro em caso de óbito ou invalidez, sem contar o seguro saúde, que pode garantir um atendimento médico mais adequado e com maior rapidez, num momento onde muitas pessoas procurarão a rede de saúde ao mesmo tempo.
Para aqueles que conseguem transformar a poupança em investimentos, é importante diversificar e destinar recursos para aplicações no mercado de renda variável apenas daquela parte que não representa a reserva de emergência ou recursos de curto prazo.
As medidas acima devem ser realizadas antes da crise estar instalada. Depois que a crise já existe, precisamos pensar em medidas emergenciais.
Em relação ao consumo, eliminar aquilo que não é essencial. Guardar dinheiro para emergências é fundamental. O mais importante numa situação de pandemia que estamos vivendo é termos recursos para alimentação e remédios. O resto, se preciso, pode esperar.
O uso do carro deve ser pensando com cuidado, pois ao usar, gastamos dinheiro com combustível, estacionamento etc. Porém, neste momento, o carro pode evitar que tenhamos contágio em transporte público. O ideal seria o teletrabalho, quando for possível.
Quem tem dinheiro aplicado em renda variável, pode ficar tentado a resgatá-lo com urgência. Essa é uma decisão difícil. A história mostra que momentos de queda e crise são sucedidos por outros de alta e ampliação. Então, se possível, manter a posição pode ser a saída para não perder dinheiro.
Finalmente, é preciso ter serenidade, estarmos prontos para ajudar aos outros, acolher familiares, principalmente idosos, e nos preservar o máximo possível. A humanidade já passou por crises agudas e sempre foram superadas. Promover o espírito coletivo, a empatia e a solidariedade é o caminho para encontrarmos juntos soluções que preservem vidas e defendam nossa saúde física e financeira.
fonte: https://noomis.febraban.org.br/especialista/fabio-moraes/educacao-financeira-em-tempos-de-pandemia